sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Anos de Chumbo .

Muita gente, particularmente os jovens, já ouviu ou leu a expressão "anos de chumbo", com a qual as esquerdas procuram identificar o governo dos generais, particularmente o presidente Médici, que se viu no dever de desbaratar a guerrilha e o terrorismo. Ao general Médici, ao contrário, o Brasil deve o maior programa de distribuição de renda da América latina, dentro de um fase de desenvolvimento econômico que ficou conhecida como o "milagre brasileiro".

Mas por que "anos de chumbo", se foi um Presidente profundamente humano voltado extraordinariamente para o social? Os trabalhadores rurais (quarenta milhões atualmente) e o empregados domésticos têm amparo da Previdência Social graças ao seu governo. Mas vamos aos "anos de chumbo".

Estão lembrados do seqüestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burle Elbrick? Para liberta-lo, os seqüestradores exigiram, primeiro, a leitura de um "Manifesto" em todas as emissoras de rádio e televisão, e depois, avião para deixar quinze comunistas no exterior (Argélia, Chile e México).

Para salvar a vida do embaixador, o governo concordou com a exigência dos marginais. Tudo bem.

Eu pediria a atenção dos leitores para a redação do "Manifesto dos Terroristas", com esse mesmo título publicado na edição do O POVO de 6 de Setembro de 1969 (o presidente Costa e Silva já estava hospitalizado com grave distúrbio circulatório). O redator do "Manifesto" foi o jornalista Franklin Martins, aquele que comenta política no "Jornal da Globo" [atual Ministro da "Comunicação Social" (propaganda)]. Por ironia do destino, é filho de Mário Martins, jornalista, deputado e senador pela UDN de Carlos Lacerda. Era excelente cidadão, muito bem relacionado com seus colegas do Comitê de Imprensa da Camara, entre os quais eu me incluía.

Mais uma vez, peço a atenção para a redação do "Manifesto". Alias, para justificar os "anos de chumbo" basta o primeiro período, que é o seguinte:

"Ao povo brasileiro. Grupos revolucionários detiveram hoje, o senhor Burle Elbrick, Embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum ponto do país, onde o mantém preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a efeito: assaltos à bancos, onde se arrecadam fundos para a revolução; tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; tomada de quartéis e delegacias, onde se consegue armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários para devolve-los à luta do povo; as explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores. Na verdade o rapto do embaixador é apenas mais um ato de guerra revolucionária que avança a cada dia e que este ano ainda iniciará sua etapa na guerrilha rural".

Que tal? Qual o governo que sem chumbo enfrentaria tal situação? Observem que eles próprios, os criminosos, sem ninguém pedir, confessaram assalto a bancos, tomada de quartéis e delegacias, invasão de presídios, explosão de prédios e "justiçamento". Depois de tudo isso, na área urbana, informavam que, ainda naquele ano (1969), iriam iniciar outra etapa de guerra revolucionária: a guerrilha rural.

Leram com cuidado? Se possível, repitam a leitura. Então já sabem por nasceram os "anos de chumbo"? E agora me respondam: qual o governo responsável que, diante de tais crimes e tais promessas, todas já em prática, não se disporia a agir com mão de ferro? A situação permitia panos mornos? Não evidentemente. Eram criminosos travestidos de políticos.

A guerra estava declarada e o seqüestro do embaixador, como afirmam os próprios terroristas, não era "um episódio isolado".

Governo nenhum tem noção exata de um movimento clandestino. Pode ser inexpressivo, como pode ser amplo e profundo. Ou o governo entrava para valer ou poderia levar a pior. Felizmente, Araguaia não era lá essas coisas e com poucas horas de chumbo estava tudo desbaratado. O Partido Comunista covarde como sempre, quis promover guerrilha com estudantes do Congresso de Ibiuna (aquele cujo local conseguiram com prestígio de Frei Beto).

Estão aí, portanto as razões dos "anos de chumbo", que garantiram a paz da família brasileira, dando ao Presidente condições de trabalhar e realizar uma obra pela qual recebeu aplausos num Maracanã lotado. Nessa fase, dez aviões e quatro diplomatas foram seqüestrados.

Dos cinco militares da Presidência, o general Médici foi o mais sensível aos problemas sociais. Só pela ampliação do Funrural (criado pelo general Costa e Silva) seu nome jamais será esquecido dos brasileiros. Já com o general Figueiredo os professores viram garantida a volta da sua aposentadoria aos 25 anos, que FHC acabou. O Brasil teve duas fases de amplo desenvolvimento social: com o Estado Novo de Getúlio e com os militares de 64. A esquerda morre de raiva com isso, mas é a História quem o diz.

A DECRETAÇÃO DO AI-5


Os militares linha-dura, com influência crescente no governo, mal escondiam o desígnio de fazer o regime caminhar para o fechamento. Só precisavam de um pretexto para pressionar o presidente. A oportunidade surgiu no início de setembro, com um discurso, na Câmara, do deputado Marcio Moreira Alves, do MDB da Guanabara.
Moreira Alves criticava a invasão da Universidade de Brasília, no final de agosto, quando tropas da Polícia Militar, empunhando metralhadoras, prenderam alunos e bateram em deputados. A ação foi considerada uma vitória dos radicais, pois pouco tempo antes o próprio presidente demonstrara procurar entendimento com os estudantes ao receber em seu gabinete uma comissão escolhida durante a Passeata dos 100 Mil.
Em protesto contra a invasão, Moreira Alves propôs um boicote ao tradicional desfile do Dia da Independência, em 7 de setembro. Sugeriu também que as moças não namorassem os jovens oficiais enquanto durasse a repressão. A fala do deputado deveria passar despercebida: o plenário estava quase vazio, e a imprensa, salvo um registro na Folha de S.Paulo, ignorou a intervenção. O próprio deputado, 25 anos depois, consideraria aquele um "discurso inútil", com "recomendações vazias". Mas nos quartéis, onde circularam muitas cópias da transcrição do discurso, a reação foi de indignação.
Representantes da linha dura, os três ministros militares aproveitaram o clima de inquietação entre os oficiais para tentar punir Moreira Alves. Para tanto, precisavam da anuência do Congresso, uma vez que, como deputado, o jovem emedebista gozava de imunidade parlamentar. Pelos cálculos dos ministros, não seria difícil, com a ajuda da Arena, obter autorização para que a imunidade de Moreira Alves fosse suspensa.
Mas a Comissão de Justiça da Câmara, em que a Arena tinha maioria, rejeitou o pedido. À frustração dos radicais se somava o agravamento do confronto entre os estudantes e a repressão. No início de outubro, a violência tornou a eclodir, dessa vez em São Paulo. O palco dos choques foi o centro da cidade, na rua Maria Antônia, com a Faculdade de Filosofia da USP numa calçada e a Universidade Mackenzie na outra. Tratava-se de redutos da esquerda e da direita, respectivamente. Os dois grupos se enfrentaram quando alunos do Mackenzie, com apoio do CCC, atacaram os da USP, que levantavam, junto a transeuntes, recursos para financiar o XXX Congresso da UNE. Houve pedradas, explosões de bombas caseiras, uso de gás lacrimogêneo e tiros. Um estudante secundarista, que ajudava os alunos de filosofia, morreu baleado.
Apesar das condições adversas, as lideranças estudantis decidiram levar adiante o congresso. Em meados de outubro, cerca de mil jovens se reuniram num sítio em Ibiúna, São Paulo. Operando na ilegalidade, a UNE planejara um encontro clandestino. A grande concentração de pessoas num local pacato, porém, chamou a atenção da polícia, e o evento terminou com a prisão de todos os participantes.
Vitoriosa, a linha dura não sossegou. Continuava insatisfeita com o encaminhamento do caso Moreira Alves. Sob pressão dos radicais, o presidente Costa e Silva cedeu, alterando a composição da Comissão de Justiça, de modo a viabilizar a suspensão da imunidade do deputado. A autorização para punir Moreira Alves foi finalmente concedida em 11 de dezembro, mais de três meses depois do discurso.
O episódio talvez não merecesse mais que uma nota de rodapé da história do Brasil, não fosse o surpreendente desdobramento que teria. No dia seguinte, a proposta foi rejeitada pelo plenário da Câmara, apesar da maioria arenista. Os deputados festejaram o resultado, sem saber que aquela seria a última manifestação de alegria de 1968. Na manhã de 13 de dezembro, uma sexta-feira, enquanto a população lia nas manchetes dos jornais relatos da decisão histórica da Câmara, o presidente Costa e Silva, em resposta à atitude audaciosa dos políticos, preparava-se para baixar o ato institucional que jogaria o país numa ditadura escancarada.
Historiadores debatem se Costa e Silva usou os radicais ou se foi por eles usado. As hipóteses não se excluem. O presidente tinha uma relação de dependência mútua com a linha dura. "Colocara-se como estuário das frustrações de todos aqueles que achavam
necessário aprofundar o processo arbitrário e punitivo", como escreveu Elio Gaspari. Mas nem sua trajetória foi sempre próxima desse grupo, nem sua biografia, até os anos 50, indicava o caminho que seguiria.
Gaúcho, Costa e Silva estudara em Porto Alegre, no Colégio Militar, onde foi colega de Castello Branco. Enquanto o "Cearense" se dedicava aos estudos, Costa e Silva se destacava nos esportes. Sem ser aluno brilhante, não se saiu mal na escola. Mais tarde, acomodou-se intelectualmente, preferindo corridas de cavalo, jogo de pôquer e palavras cruzadas a livros. Sempre se envolveu com a política que se fazia nos quartéis. No levante frustrado do Forte de Copacabana, em 1922, ficou ao lado dos tenentes revoltosos e acabou preso por um curto período. Na Revolução de 30, que pôs fim à República Velha, estava alinhado com as forças de Getúlio Vargas. Em 1955, chegou a defender a democracia, ao apoiar o general Lott no contragolpe que garantiu a posse de Juscelino.
O caminho do poder, no entanto, passou pela associação com os radicais, e, naquele 13 de dezembro, essa circunstância pesou mais que o passado do presidente. Diante do revés do governo no Congresso, Costa e Silva convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, do qual faziam parte o alto escalão do Executivo, o chefe do Estado-maior das Forças Armadas e o chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI). O texto do AI-5, do ministro da Justiça, Gama e Silva, foi colocado em votação. Com exceção de Pedro Aleixo, vice-presidente, todos assinaram o documento, desde o chefe do SNI, Emílio Garrastazu Médici, até o ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto.
O AI-5, que, ao contrário dos atos anteriores, vigoraria por prazo indefinido, dava ao presidente, entre outras prerrogativas, o poder de cassar políticos, fechar o Congresso, suspender o habeas corpus, impor censura prévia à imprensa, aposentar compulsoriamente professores universitários, prender dissidentes. Costa e Silva faria tudo isso. Qualquer vestígio de oposição seria sufocado. Como definiria a crônica política, o AI-5 foi o golpe dentro do golpe, o início dos Anos de Chumbo.

Fontes :http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u478768.shtml
           


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Distribuição dos atômos

Dimitri Mendeleev foi um químico russo muito famoso. É considerado pela comunidade científica um dos maiores gênios da química. Mendeleev nasceu em Tobolsk, na Sibéria, em 1834. Doutorou-se na Universidade de São Petersburgo, onde começou a lecionar em 1866. O conceito de periodicidade química deve seu desenvolvimento, em especial, a dois químicos, Lothar Meyer (alemão) e Dimitri Mendeleev (russo).

Distribuição Eletrônica
Com o advento de novas descobertas na área da mecânica quântica entre os séculos XIX e XX, o modelo de Rutheford-Bohr, consolidado em 1913, o qual se aplicava muito bem aos átomos  com um só elétron, não foi capaz  de explicar fenômenos envolvendo átomos com mais elétrons, por isso surgiu a necessidade de aperfeiçoar o modelo, segundo as observações experimentais, resultando no conceito de subníveis atômicos ou subníveis de energia.

Nos experimentos com espectroscopia com a difração da luz  emitida pela transição eletrônica dos átomos, foi possível observar que havia uma raia de diferentes comprimentos de onda emitidos, dentro de uma mesma estreita faixa, de um mesmo nível de energia. Foi então que, em 1919, o físico inglês Arnold Sommerfeld (1868-1951) buscou uma solução, ele propôs que os elétrons deveriam assumir órbitas elíptcas variadas dentro de um mesmo nível, com mesma energia, permitindo um “espectro de raias” na emissão de luz. Cada órbita recebeu o nome de subnível e, cada qual, foi identificado com uma letra: s, p, d ou (letras relacionadas as palavras do inglês: sharp, principal, diffuse e fundamental;  visto a descriçao do comportamento de cada orbital).
Em 1924, o físico inglês Edmund Clifton Stoner(1889-1973) chegou ao número máximo de elétrons comportado por cada subnível:
s: 2 elétrons, p: 6 elétrons, d: 10 elétrons e f:14 elétrons.
Para conhecer a relação de energia de cada subnível, basta verificar o diagrama criado por Linus Pauling a cerca da distribuição eletrônica de um átomo no estado fundamental:
Distribuição de Energia
Distribuição de Energia
Energia:
1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5 s< 4d < 5p < 6s < 4f < 5d < 6p < 7s < 5f < 6d < 7p
Seguindo a sequência de distribuição energética, pode-se representar os elétrons de um átomo da seguinte forma:
Exemplo:
nitrogênio N: 1s²2s²3s³
Sendo que, por convenção,  para 3s³, por exemplo, tem-se 3 elétrons no subnível p do 4º nível.
Os subníveis também possuem representaçao espacial de acordo com a distribuição de probabilidade dos elétrons, dada por:
orbitais-energia
Os subníveis representam apenas um modelamento correspondente aos ensaios experimentais, pois se ajustam bem, mas não correspondem á realidade e, por isso, não podem ser traduzidos como a distribuição 
real dos elétrons, que é muito mais complexa.


Camadas Eletrônicas ou Níveis de Energia
coroa ou eletrosfera está dividida em 7 camadas designadas por K, L, M, N, O, P, Q ou pelos números: n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

O número de camada é chamado número quântico principal (n).
Número máximo de elétrons em cada nível de energia:
1. Teórico:
Equação de Rydberg: x = 2n2
KLMNOPQ
281832507298
2. Experimental:
O elemento de número atômico 112 apresenta o seguinte número de elétrons nas camadas energéticas:
KLMNOPQ
28183232182
Fonte: http://www.infoescola.com/fisico-quimica/subniveis-de-energia/

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Anos Rebeldes


A década de 1960 e uma parte da 1970 ficou marcada na história como uma época de liberdade, sonho e música. O jovens da época contestaram a ordem social, política, cultural e econômica, de muitas forma. Sonhavam com o fim do capitalismo, embalados com a experiêcia socialista cubana.

Revolução cubana
Após a II Grande Guerra, a prosperidade e a democracia estadounidenses contrastam com a pobreza da população da ilha e com o regime ditatorial patrocinado pelos EUA. 75% das terras, 90% dos serviços e 40% da produção de açúcar pertencem a empresas estadounidenses. Em 26 de julho de 1953 um grupo formado pelo advogado Fidel Castro tenta iniciar uma insurreição com o apoio de setores do Exército cubano. Fracassa no assalto ao quartel Moncada, em Santiago. Fidel é julgado e anistiado, indo exilar-se no México em 1954, onde funda o Movimento 26 de Julho e organiza um destacamento guerrilheiro que desembarca na província de Oriente em dezembro de 1956. Seu objetivo é alcançar Sierra Maestra e instalar uma base guerrilheira de onde possa expandir a luta para todo o país.

Revolução - Iniciada em 1956, a partir da base em Sierra Maestra, conquista apoio nas cidades e em outras regiões rurais. Seus objetivos declarados são o fim do regime ditatorial e a justiça social. Os guerrilheiros de Fidel Castro tomam Havana em 1º de janeiro de 1959 e instauram um governo revolucionário. O novo governo decreta a reforma agrária, nacionaliza as empresas americanas e promove o julgamento público de colaboradores do antigo regime ditatorial. Os condenados como criminosos políticos são fuzilados.
Os EUA reagem com hostilidade diante da nacionalização de empresas americanas, da reforma agrária e do fuzilamento de antigos colaboradores. Em 1960, reduzem a quota de importação cubano e, em 1961, decretam o bloqueio comercial, rompem relações com Havana e patrocinam o desembarque de rebeldes anticastristas na baía dos Porcos. Em 1962, com a descoberta da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, os EUA ameaçam com um ataque nuclear e abordam navios soviéticos no Caribe para inspeção. A URSS recua e decide retirar os mísseis.
O alinhamento com o Kremlin começa com a unificação do Movimento 26 de Julho com o Partido Popular Progressista (comunista), em 1960. A União Soviética e outros países da Europa Oriental ocupam o lugar dos Estados Unidos como principais parceiros comerciais. O bloqueio econômico e as pressões americanas pela realização de eleições estimulam o regime cubano a estatizar a economia, organizar Comitês de Defesa da Revolução e adotar oficialmente o comunismo. A partir de 1966, Cuba transforma-se em centro de apoio a revolucionários na América Latina e outras áreas do Terceiro Mundo. Che Guevara, um dos principais dirigentes da Revolução Cubana, comanda guerrilheiros no Congo e na Bolívia, onde é morto em 1967.
Contracultura
Nessa época alguns jovens queriam tranformar o mundo com novos comportamentos, queriam modificar os pensamentosvaloras e atitudes cotidianas. Pensavam que as pessoas deviam buscar o prazer, a alegria, a natureza desprezando o controle: " Paz e Amor" o lema desses jovens que usavam rouppas coloridas, cabelos compridos, ou seja, hippies.