Alguns países enriqueceram à custa do empobrecimento de outros; as diferenças econômicas que existem hoje entre os países. As origens do subdesenvolvimento estão no longo período de dominação política e econômica e no tipo de relação estabelecida entre colônias e metrópoles. As novas nações não conseguiram se livrar totalmente da dependência que tinham, somando-se problemas internos. Como: governos ditatoriais, corrupção, conflitos étnicos, etc.
Há muitas formas de medir o subdesenvolvimento, algumas usam características do país, ou seja, são baseadas na realidade interna de cada nação; outras observam o conjunto de fatores, comparando nações procurando mostrar que subdesenvolvimento é uma realidade complementar ao desenvolvimento, já que a riqueza de alguns países provém, em grande parte, da exploração dos países subdesenvolvidos. Exemplos de formas ultrapassadas de medir o subdesenvolvimento: Norte e Sul; Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo.
O termo subdesenvolvimento surgiu após a Segunda Guerra Mundial, nos documentos dos organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, principalmente. A "descoberta" do subdesenvolvimento deu-se com a descolonização e com a publicação pelos organismos internacionais de dados estatísticos dos diversos países do mundo (índice de mortalidade, salário, formas de alimentação, habitação, consumo, distribuição de renda, etc.). Esses dados revelaram um verdadeiro "abismo" entre o conjunto dos países desenvolvidos e o dos subdesenvolvidos.
Tal realidade é mais antiga que o seu conceito, pois os países subdesenvolvidos a partir do momento em que deixaram de ser col6onias e se constituíram em Estados-Nações politicamente independentes, se viram inseridos dentro deste contexto. Na América Latina isso ocorreu desde o início do século XX. Na Ásia e na África tal processo se deu tardiamente, acontecendo neste século XX.
Formas de medir o subdesenvolvimento
Na década de 1990 o economista paquistanês Mahbub ul Haq criou o IDH (Índice de desenvolvimento humano), uma das mais eficazes entre as diferentes formas de medir o progresso econômico e bem-estar social de uma nação. Adotado pela ONU, o IDH é calculado pela análise três indicadores:
•Nível de saúde da população, medido pela expectativa de vida;
•Qualidade da educação, medida pelo índice de analfabetismo e pela média de anos de estudo;
•Nível de renda analisado segundo o PIB per capita em PPC, o poder real de compra em dólar.
Cada um desses três indicadores é dada uma nota; somadas elas definem um índice. Quanto mias próximo de 1, melhor a qualidade de vida, e quanto mais próximo de 0, pior.
Características do subdesenvolvimento
As principais características do subdesenvolvimento são:
•Média e alta participação do Setor Primário no PIB e no emprego da PEA;
•Pequena ou apenas existente produção industrial;
•Baixa utilidade do Setor Terciário. Em alguns países há hipertrofia desse setor;
•Carência de investimentos estrangeiros;
•Baixa população urbana. Nos casos em que é elevada, espaço desorganizado, com graves problemas sociais;
•Baixo consumo interno;
•Exportação de recursos minerais-energéticos e produtos agrícolas. Em alguns há exportação por bens industriais;
•Importação de bens de consumo e tecnologia;
•Presença de filiais de transnacionais e bancos.
Plantation
Plantation é um sistema agrícola baseado na monocultura, exportação e exploração. Tal sistema ficou bastante conhecido na época do imperialismo europeu. As metrópoles, visando seu próprio lucro, exploravam as colônias por meio do plantation, originando as chamadas colônias de exploração.
A primeira característica do plantation é a monocultura. Nesse sistema, são produzidas grandes quantidades de um só produto que se adapta muito bem ao solo e ao clima da região. Os produtos cultivados por meio do plantation no Brasil são cana-de-açúcar, café, etc.
Nesse sistema, toda a produção é voltada quase que totalmente para o mercado externo, permanecendo no país apenas produtos de baixa qualidade. As colônias eram exploradas de uma forma especulativa, sem nenhum interesse, por parte das metrópoles, na melhora do país em que o plantation era estabelecido.
A mão-de-obra utilizada era composta principalmente por escravos e indígenas. Através da dominação econômica muitos camponeses e pessoas de baixa renda também eram obrigados a trabalhar nas plantações. O plantation ocasionou o surgimento de grandes latifúndios, uma vez que enormes porções de terra eram destinadas a uma só pessoa.
Atualmente, alguns países subdesenvolvidos ainda utilizam o sistema do plantation.
Embora a maioria tenha substituído a mão-de-obra escrava pela assalariada, ainda existe o trabalho escravo, mesmo que proibido. No Brasil, o plantation ainda é utilizado em regiões que cultivam cana-de-açúcar ou café.
Por Tiago Dantas
- Equipe Brasil Escola